segunda-feira, 13 de junho de 2011

Movimento de Mulheres em Luta lança nota sobre agressão da guarda municipal de Fortaleza à professoras em greve


Na terça-feira da semana passada, dia 07 de junho, Fortaleza foi palco de um espetáculo de brutalidade à categoria dos professores promovido pela guarda municipal de Fortaleza em frente à câmara de vereadores da cidade (veja aqui). O episódio foi marcado não só pela repressão mas também pela agressão verbal contra as professoras, que segundo o vereador Átila Bezerra, "são tudo raparigas".

Como Fortaleza é administrada por uma mulher, a reação de todos os que se revoltam contra os desmandos da petista muitas vezes sai da raia do aceitável e palavrões machistas são disparados em contra-partida.

O Movimento de Mulheres em Luta da CSP-Conlutas em Fortaleza, não aceitando a agressão física nem muito menos o machismo preparou uma nota que publicamos aqui:

Professoras de Fortaleza são agredidas por vereadores.

No Ceará 69 mulheres foram assassinadas só neste ano. Em um estado em que existem apenas 14 casas abrigos e 7 delegacias das mulheres para 184 municípios é demasiadamente difícil combater a violência machista.

Mulheres são mortas enquanto os governantes cruzam os braços e se negam a combater essa situação.

Alguns políticos vão mais além e agridem diretamente mulheres trabalhadoras, foi isso o que ocorreu no último dia 07 de junho na Câmara Municipal de Fortaleza. O vereador Átila Bezerra chegou a levantar o braço para agredir fisicamente a professora e não satisfeito gritou: “Está faltando homem para bater nesse povo” e “são tudo raparigas”.

É inaceitável que qualquer pessoa trate uma mulher desta forma, vindo de um parlamentar é ainda mais grave. Isso demonstra que este senhor não tem nenhum preparo para representar a população e que defende a violência machista em um país em que a cada duas horas uma mulher é barbaramente assassinada, vítima de agressão. Defender a violência às mulheres e praticá-la é o verdadeiro crime que se cometeu e por isso o vereador deve ser punido, como qualquer outro agressor.
 

Não à criminalização dos movimentos sociais. 
A luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e de trabalho tem sido tratado pelos governantes como caso de polícia, foi assim no Rio de Janeiro com os corajosos bombeiros e também com os professores em Fortaleza. No entanto, os que defendem à violência e se recusam a cumprir as leis, continuam sem nenhuma punição.

Os trabalhadores fazem greve porque precisam defender sua qualidade de vida e de trabalho e não por questões pessoais ou porque gostam. Os responsáveis pela insatisfação das mulheres, trabalhadoras em geral, são os próprios governantes, como Luizianne Lins que fechou dezenas de creches impedindo que mães possam sair de casa e trabalhar para sustentar suas famílias.
 

Nós do Movimento Mulheres em Luta da CSP-Conlutas, opinamos que o fato de Luizianne do PT ser mulher não faz com que ela governe para as trabalhadoras, pelo contrário governa com os empresários, fechando os olhos para as áreas sociais, educação e saúde que neste momento também está em greve. Infelizmente a presidente Dilma segue o mesmo caminho, ao cortar 50 bilhões das áreas sociais, entre elas a educação.

Apesar disso, não achamos correto utilizar adjetivos machistas, os mesmos ou similares ao que o vereador utilizou, ao se referir à prefeita ou qualquer mulher.

Neste sentido, fazemos um pedido fraterno: não vamos reproduzir o machismo, o racismo e a homofobia, ideologias que não fortalecem a nossa luta. Não fazem parte do método de luta da classe trabalhadora, porque o machismo massacra a mulher trabalhadora e, portanto, fortalecê-lo divide a nossa classe. Nossas armas não são as mesmas que as deles, porque lutamos por um mundo diferente, onde mulheres e homens trabalhadores possam juntos governar sem opressão e sem exploração. 


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