quarta-feira, 16 de abril de 2008

Há 50 anos...

O jornal ‘O Globo’ republicou na sexta, dia 11 de abril, o trecho abaixo, de uma reportagem de 1958, responsabilizando os moradores das favelas pela então “onda de violência” no Rio de Janeiro. O título é “Favelas são vacalhoutos de marginais” - fomos buscar no pai dos burros e estão lá os significados desta palavra estranha: "esconderijo, abrigo".
Um delegado da época recebeu grande espaço para acusar os moradores de marginais, delinqüentes, desocupados, ladrões e pervertidos. Muito mais do que curioso, o texto é assustador e revela como pensava a elite carioca da época, forçando um paralelo com a de hoje, que aplaude os assassinatos do Bope.
O preconceito contra os negros e pobres não mudou muito desde 1958, só fez aumentar. O Globo mostrava um delegado dizendo que as favelas são “viveiros de marginais”. Hoje, o jornal da família Marinho traz um coronel dizendo que o Bope é o “o melhor inseticida social”.


“Favelas são vacalhoutos de marginais
O delegado Péricles Machado de Castro, titular da Delegacia de Costumes e Diversões, mostra-se, como as demais autoridades policiais, alarmado com a onda de criminalidade que invadiu a cidade.
– Os assaltos e mortes ultimamente registrados decorrem de um fato muito sério: milhares de desocupados, de ociosos que não querem trabalhar honestamente – é triste confessar – constituídos quase na sua totalidade de brasileiros, indivíduos que invadiram propriedades e construíram nelas, com a infração de leis municipais, barracos de material furtado ou graciosamente conseguido, neles se instalando e nada pagando pela habitação que passaram a desfrutar, proliferando e formando as favelas, descrédito e vergonha da Cidade Maravilhosa. As favelas são viveiros e valhacoutos de marginais de todas as categorias: garotos que, degradados pelos mais velhos e por este ou por seus responsáveis instruídos, furtam gêneros nas feiras e arrancam bolsas de senhoras; adolescentes que, unindo-se aos maiores de idade, já experimentados na senda do crime, assaltam e matam em pleno dia, praticam o contrabando, fumam maconha e com ela traficam mulheres desvirginadas na meninice, que vivem desempregadas e quando se empregam arrebanham da patroa o que podem, para em seguida levarem ao seu explorador que as espera na favela, com a prole, que crescerá, para mais tarde engrossar a falange dos pervertidos, dos delinqüentes que ali permanecerão ou procurarão outros locais.”­

Um comentário:

Anônimo disse...

Blog Molotov: A gente não acredita mais no que delegado de policia fala e em nenhuma informação dos meios de comunicação. Sabemos que são coisas da mesma coisa. São todos acoloiados a serviço dos interesses do Estado (Deles).
O que acontece é que o estado brasileiro tem dificuldades de controlar os morros do Rio. Embora tenha muitos caboetas por lá. Messo assim tem dificuldades. É como se la fosse um outro País. E isto desmoraliza a eles e há pressão externa para que se resolva isto.
Acho que nesta semana do índio deveriamos aprender com eles a viver a vida em harmonia e acabar com esta nossa cultura de Exclusão social, onde todos nós gostamos , adoramos, e somos coniventes com este tipo de maldade e ficamos felizes em ver nossos semelhantes debaixo de algum viaduto ou morando nas ruas ou até nos morros.
Este modelo de vida em que nós vivemos está errado e não adianta matar todos os traficantes, desocupados e outros desqualificaos do morro.
Isto não resolve, só serve para a Globo fazer carnaval de informações para os tolos.
ESTAS INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS ESTÃO todas PODRES INCLUSIVE A IMPRENSA EM GERAL, pois são concessões do governo.
Estamos esperando que a igreja junto com o Exercito assuma este País.
Quem sabe, talvez, esperamos, pois do jeito que está não dá.