sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Bloco de professores do Recife critica patrocínio à Mangueira

O prefeito João Paulo, do Recife, deve estar até agora com ressaca desse carnaval. Investiu três milhões para que a Mangueira deixasse de lado a homenagem à Cartola e a escola conseguiu um 10º lugar, o pior resultado desde 1994. Como se não bastasse, teve de aguentar os protestos do povo pernambucano, que não engoliu o patrocínio.

O primeiro protesto veio no bloco dos professores municipais, que desfila toda sexta-feira antes do carnaval. Este ano o bloco teve como enredo o dinheiro dado à Mangueira. Cerca de 100 pessoas, entre professores, estudantes e sindicalistas, desfilaram com camisas vermelhas, onde lia-se "nossas crianças não estudam na Mangueira". O enredo era mais ou menos assim:

"Nossa vida é um carnaval.
o professor brinca sem condição
o salário só dá pra comer
falta respeito com a educação

O prefeito não liga pra isso não
nem aplica a verba na educação
as escolas estão sem carteiras
mas ele deu 3 milhões pra Mangueira

O bloco foi organizado pelo Simpere, sindicato que filiou-se recentemente à Conlutas e que dirigiu uma greve vitoriosa da Educação no ano passado, que obrigou João Paulo a conceder 8% de reajuste salarial.

O outro protesto veio no desfile do bloco Quanta Ladeira. O bloco todo aderiu a uma grande vaia ao prefeito, puxada pelo cantor Lenine.

Leia o artigo Ó Mangueira, cadê teu passado de glórias?, de Wilson H. Silva

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