quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Mulheres em Marcha!

Como não podia deixar de ser, as mulheres foram uma presença marcante na Marcha. Afinal, a reforma da Previdência vai acabar de vez com a diferença de idade entre homens e mulheres para a aposentadoria, ignorando completamente a dupla – e muitas vezes tripla – jornada de trabalho das mulheres.

Mas não é só isso que as mulheres querem. A descriminalização e legalização do aborto é uma bandeira antiga dos movimentos feministas. No governo Lula, esperava-se que ela fosse conquistada. Entretanto, apesar dos projetos existentes, nada aconteceu até o momento.

A discussão voltou com toda a força e o movimento pró-legalização vem crescendo. Em partes, isso se deve também ao fato de, em vários países, o aborto ter sido legalizado. Os mais recentes foram Portugal e México.

Contudo, este não é um debate fácil. A questão é polêmica e, infelizmente, o moralismo e as igrejas, às vezes, pesam mais do que a saúde de milhões de mulheres no planeta. A obrigação da esquerda e dos lutadores é explicar por que é necessária a legalização e lutar por ela para que mulheres parem de morrer. A polêmica ficou mais evidente quando, infelizmente, a ex-senadora do PSOL, Heloisa Helena, se lançou numa campanha contra o aborto.

Acreditamos que essa postura é equivocada e que Heloisa deve rever sua posição somando-se à luta pela legalização, pelo direito da mulher de decidir sobre seu corpo e contra a mortandade feminina. A Secretaria de Mulheres do PSTU confeccionou um adesivo (que reproduzimos abaixo) para ser usado na marcha e depois dela.

Representando Grupo de Trabalho de Mulheres da Conlutas, a professora Janaína Rodrigues defendeu veementemente a legalização e a descriminalização do aborto. “As mulheres trabalhadoras são obrigadas a fazer abortos em clínicas clandestinas e colocam sua vida e sua saúde em risco, por isso é necessário que as mulheres tenham esse direito”, disse, reiterando, também, a necessidade das mulheres de lutar contra a reforma da Previdência, que vai atingir, sobretudo, as trabalhadoras e pobres.

Nenhum comentário: