quarta-feira, 23 de maio de 2007

Ato em Belém reúne cinco mil e sofre repressão

Cerca de cinco mil pessoas, segundo os organizadores, participaram do ato contra as reformas previdenciária e trabalhista em Belém do Pará. O protesto reuniu professores estaduais, o MST e ativistas da Conlutas e Intersindical.

O destaque do protesto ficou para os trabalhadores da construção civil. Cerca de 2.500 operários estiveram presentes na manifestação. Eles chegaram entoando palavras-de-ordem contra as reformas.

Violência policial não intimidou operários
Mal o dia raiou, os operários já estavam se reunindo em frente ao Sindicato da Construção Civil, filiado a Conlutas. Em seguida, os trabalhadores saíram realizando um arrastão paralisando vários canteiros de obras da capital e seguiram em direção a sede do sindicato dos empresários da construção. O objetivo era protocolar a proposta salarial dos trabalhadores junto à entidade patronal. Contudo, no meio do percurso, os operários foram violentamente reprimidos pelo esquadrão de Choque da Polícia Militar, que utilizou balas de borracha, bombas de efeito moral e gás pimenta contra os manifestantes.

Houve, também, a prisão de vários operários, entre eles um diretor do sindicato. A truculência deixou 14 operários feridos. Operários relatam que durante a ação, um policial, disse em conversa no celular que a “missão estava cumprida”. Ledo engano.

Mesmo com toda a repressão, os operários seguiram em passeata entoando palavras de ordem desafiando a polícia da governadora Ana Júlia, do PT: “Ana Júlia, presta atenção. Trabalhador vai lutar contra patrão”.


Depois que conseguiram protocolar sua proposta salarial, os trabalhadores seguiram em direção ao ato geral contra as reformas neoliberais. O protesto foi encerrado diante do prédio do INSS, no centro da capital.

“Os operários da construção deram uma demonstração de sua capacidade de mobilização. A selvagem repressão da PM não nos intimidou. Se Lula for adiante com suas reformas e os patrões daqui não atenderem nossas reivindicações salariais, os canteiros de obras vão parar”, afirmou Cleber Rabelo, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil.

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