terça-feira, 3 de outubro de 2006

Essa tal neutralidade

A burguesia nos armou uma sinuca de bico nesse segundo turno. As próximas eleições nos oferecem o seguinte dilema: perder a mão direita ou a esquerda. Qual sua opção? Tanto fez como tanto faz? Perder a mão é ruim de qualquer jeito, mas como não tenho opção não quero nem ver? Pois é exatamente isso que faz a opção pela neutralidade. Não estaremos escolhendo os sabores de um sorvete ou a cor de uma camisa, mas quem será o carrasco que irá decepar nossos direitos trabalhistas e os restos de direitos previdenciários que nos sobraram. Tanto Lula como Alckmin estão pelas famigeradas reformas sindical, trabalhista e previdenciária, e pretendem fazer isso ainda em 2007, pois 2008 já é novo ano eleitoral e não se tira direitos em ano de eleição. Pega mal.

Diante da arapuca eleitoral, o que faz Heloisa Helena e o PSOL? Com um discurso pseudo-democrático libera o samba do crioulo louco. Cada um conforme sua consciência. Para manter a unidade não programática de seu partido, o que os "socialistas" indicam aos 6.575.393 de seus eleitores é "tanto fez como tanto faz, fechem os olhos".

Honestamente até a terrível posição de Plínio Arruda Sampaio, candidato ao governo de São Paulo pela Frente de Esquerda (PSOL-PSTU-PCB) é menos nefasta. Plínio diz "Nós poderemos conversar com o Lula porque ele tem uma história popular" afirmando que "segundo turno é um voto para o mal menor". Terrível, mas ao menos Plínio coloca condições para tanto: "pede a garantia de que não haverá reformas trabalhista, sindical ou previdenciária. Além disso, quer a garantia de que não haverá privatizações da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, além de exigir que não seja dada autonomia ao Banco Central".

Ao menos se fosse essa a posição teríamos Lula recusando o apoio ou mentindo descaradamente para mais adiante atacar vorazmente os direitos da classe trabalhadora brasileira em defesa de seus amigos banqueiros e empresários. Não que mentir seja problema para o companheiro presidente.

Mas mesmo com exigências Plínio também está errado. É preciso chamar a todos a não depositar nenhuma confiança nos carrascos. Não existe mal menor. NEM LULA, NEM ALCKMIN, NULO NELES! Qualquer posição diferente disso é ajudar a afiar a guilhotina do inimigo.

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