segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Oaxaca urgente!

Me somo ao camarada iskra na solidariedade aos insurgentes de Oaxaca, que vinham em luta a mais de 5 meses e em sua luta chegaram a forjar um organismo de duplo poder: a APPO.

Estando prestes a entregar seu mandato, Fox, o presidente carniceiro, saiu em socorro do governador de Oaxaca, Ulises Ruiz, tentado sufocar com sangue a rebelião popular. O saldo: 4 mortos, 23 feridos e uma repercusão mundial sem precedentes. Com isso a câmara de deputados aprovou por maioria e o senado mexicano por unanimidade, o pedido para que Ruiz renuncie de forma a "contribuir com o estabelecimento da governabilidade, da ordem jurídica e da paz".

Não é a toa que o portal da APPO faz o agradecimento irônico ao ex-presidente da Coca-cola.

Além dos portais já recomendados aqui em A repressão brutal à Comuna de Oaxaca, adiciono:

A repressão brutal à Comuna de Oaxaca

Oaxaca é uma cidade no sudoeste do México que vive desde o mês de junho uma grande insurreição popular liderada pela categoria dos professores, com o objetivo de expulsar o governador do estado Ulises Ruiz Ortiz. Nesse processo formou-se a APPO (Asamblea Popular de los Pueblos de Oaxaca), um verdadeiro organismo de poder do povo, com delegados eleitos nos bairros, nos movimentos sociais, e nas pequenas cidades do estado de Oaxaca.

Neste fim de semana que foi de circo eleitoral no Brasil, se desencadeou uma brutal ofensiva repressiva contra o povo de Oaxaca. Começou na sexta-feira, quando pistoleiros dos esquadrões da morte ligados ao PRI (partido de Ulises Ortiz) atacaram a tiros vários piquetes da APPO, em um dos quais morreu com um tiro no peito um jornalista voluntário do Centro de Mìdia Independente de Nova York. No dia seguinte, o governo federal de Vicente Fox ordenou o início da invasão da cidade por tropas da PFP (Policia Federal Preventiva), uma espécie de PM federal, que conta com um Batalhão de Choque e "grupos de operações táticas" armados com metralhadoras.

O domingo foi o dia de um verdadeiro massacre no qual centenas de milhares de cidadãos civis tentaram resistir de forma pacífica ao avanço brutal da PFP, com muitos mortos e feridos.



Para acompanhar com mais detalhes o que acontece em Oaxaca temos algumas opções. Uma delas é o site mexicano do Centro de Medios Libres, que acompanha minuto a minuto as informações desde Oaxaca.

Outra opção, é Radio Universidad de Oaxaca, uma rádio universitária que é a verdaderia "voz da APPO", centralizando as informações e orientando os manifestantes. Podemos ouvir a Radio ao vivo na internet, nos sentindo "dentro" da cidade. O link para ouvi-la é:

http://radio.indymedia.org:8000/appo.mp3.m3u

Todo apoio a luta heróica do povo de Oaxaca!
Solidariedade internacional urgente!

Confirmado: escapamos do TSUNAMI


Ao menos o do vidente, afinal o que está por vir com Lula versão 2007 nem é preciso mediunidade pra adivinhar.

sábado, 28 de outubro de 2006

César Benjamin: Nunca fui do PSOL

O candidato a vice-presidente da Frente de Esquerda, César Benjamim, deu entrevista ao JB no dia 24/10 com declarações pra lá de bombásticas.

Sobre o PSOL: "Não estou propriamente rompendo com o PSOL, pelo simples fato de que nunca fui do PSOL. Assinei a ficha, tempos atrás, a pedidos, para ajudar na campanha pela legalização da nova legenda, mas nunca militei no partido. Fui convidado para a posição de vice da Heloísa e aceitei."

Sobre a direção do PSOL: "uma rara combinação de ignorância, truculência e arrogância".

Sobre o debate programático: "Quando vi o que estava sendo gestado, dei um pulo: a partir do meu trabalho, isso não! Era um desrespeito à inteligência alheia. Daí a decisão de publicar o meu texto na íntegra, com minha assinatura pessoal, de modo a não me comprometer com nenhum besteirol."

Sobre o segundo turno: "Vi a posição do PSOL pelos jornais (Chico Alencar, Ivan Valente, Plínio de Arruda Sampaio, Edmilson, também). Eu teria proposto que encaminhássemos cinco ou seis pontos programáticos sérios, de interesse do Brasil, para um debate com o PT. Nem adesão (pois seriam pontos sérios), nem provocação (pois seriam coisas possíveis), pedindo que o PT e o Lula se posicionassem. Como isso não foi feito, temos aí este segundo turno deprimente."

Leia:
Leia também:

É amanhã... Salve-se quem puder


Emboscada do rico. Defenda-se deles: VOTE NULO!

Tevê Aberta: Lula e Alckmin se encaram no debate na Globo

O último debate já foi. Sabe quem ganhou? A burguesia nacional, afinal os chefes dos dois são os mesmos. De toda forma vale a leitura da análise publicada pelo Tevê Aberta acompanhada dos videos postados no YouTube.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Falta só o debate da Globo

Mas o charges.com se adianta e lança o brilhante Debate para eleitores sem tempo. Espetáculo. :)

Aproveite para assistir aos novos episódios da webnovela Mandato 2:

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

PSOL-SP: Voto nulo contra as reformas e a política neoliberal de Lula e de Alckmin

Publicada declaração com a posição da plenária do dia 22 do PSOL paulista. A votação com mais de 80% dos participantes enterrou a iniciativa de figurões do PSOL, como Plínio Arruda Sampaio, Ivan Valente e Chico Oliveira, que queriam a todo custo apoiar Lula.

Segue trecho da declaração:
O PSDB nos oito anos do governo FHC “presenteou” ao capital privado com importantes estatais como a Vale do Rio Doce, o setor de telecomunicações e energia, privatizou bancos estaduais e entregou bilhões aos banqueiros por meio das dívidas interna e externa.

O governo Lula, dando continuidade a política neoliberal de FHC, arrebentou com a previdência social, tirou à prioridade ao pagamento dos direitos trabalhistas na falência de empresas; entregou 50% das bacias petrolíferas às multinacionais; continuou as privatizações através das PPPs (Parcerias Público Privadas) em que o setor privado tem a garantia do lucro e o Estado assume os riscos.
Leia:

terça-feira, 24 de outubro de 2006

O debate na Record

Ontem foi a vez do debate na Record e pra quem não assistiu o blog teveaberta publicou os vídeos do debate no YouTube e postou sua análise em Análise: Debate na Record mostra mais do mesmo.

O triste dilema

Mais uma muito boa do pessoal do charges.com.

Túnel do tempo: Luis Inácio versus Lula da Silva

Postei no 4shared um texto de setembro de 2002 que estive relendo recentemente entitulado: Luis Inácio versus Lula da Silva. Leitura rápida e até divertida.

PSOL-SP: Encerraram o painel-frank-debate

Quem viu, viu. Quem não viu, não vai ver mais. O painel de debate do portal do PSOL-SP foi removido. Que pena, o rostinho do Frankenstein até que era simpático.

Os textos entretanto continuam disponíveis na área de artigos.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Angeli e o segundo turno

Adoro as charges do Angeli. Usei umas em alguns posts e separei outras para posts futuros, mas como o cara produz mais charges do que eu posts resolvi publicar aqui algumas charges sobre o segundo turno que achei fantásticas.

Liquidatudo

Postaram no YouTube

Parece que ele vai conseguir convencer alguém


Quer mais Angeli? Pois não deixe de conferir as charges sobre os anos FHC. Muito bom.

Última semana: PSOL-SP definiu-se pelo NULO

Uma plenária estadual ocorrida neste domingo, dia 22, tomou uma posição radical e sem dubiedades ou margens para entendimentos atravessados em relação ao segundo turno. A notícia está no portal paulista da legenda da seguinte forma:

PSoL-SP decide: Nem Lula, Nem Alckim - VOTO NULO no 2° Turno. Decisão foi tomada por ampla maioria dos presentes na plenária estadual realizada no domingo 22/10

A vontade das bases do PSOL não tem nada a ver com as posições de Plínio, Chico Alencar, Chico Oliveira, nem muito menos com as posições pseudo-radicais de Heloisa, Luciana Genro e da CST. As bases não tem medo de chamar o VOTO NULO pelo nome. É NULO neles!

Isso também pode ser constatado no mural de debates que o portal paulista do PSOL montou. Ironicamente o mural leva a cara do monstro de Frankenstein que pra quem não sabe foi montado com retalhos de pessoas diferentes. Bizarro!

Leia o que já publicamos sobre o segundo turno aqui:

sábado, 21 de outubro de 2006

E o debate na Band?



Meio sem graça. Fora algumas tiradas dali uma ironias de lá, foi uma morgação. Melhor pro Lula. Se o chuchalckmin está disposto a realizar as previsões do vidente Jucelino vai ter que arranjar uma boa carta na manga e muito rápido, afinal estamos a somente uma semana para definir quem será o carrasco dos direitos trabalhaistas no ano de 2007.

Se você mesmo assim quer ver o debate, o blog teveaberta colocou os vídeos em sua conta no YouTube e os postou em "Análise: Ana Paula Padrão se destaca em debate no SBT".

Numerologia do NULO

Para quem acredita em numerologia, a data da realização do segundo turno deve ser encarada como mais uma prova de que não há opções, e que entre esses dois candidatos, "tanto faz como tanto fez".

Vejamos: o segundo turno será realizado no dia 29/10/06. Faça as contas,

Somando: 29 + 10 + 06 = 45 (Alckmin)

Subtraindo: 29 - 10 - 06 = 13 (Lula)

Ou seja, mais uma prova de que "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Não faz diferença votar em Lula ou em Alckmin! Ambos querem jogar os trabalhadores em um "inferno astral", com a Reforma Trabalhista!

Então, vamos todos votar NULO!

terça-feira, 17 de outubro de 2006

O que está em jogo neste 2° turno

Recebi por e-mail o texto "O que está em jogo neste 2º turno" do companheiro Cândido Cunha, Agrônomo e ex-militante da FEAB. Como o documento é um cadim comprido para se transformar em um post, resolvi postá-lo no 4shared, um serviço gratuito de armazenamento de arquivos.

Recomendo a leitura. Clique aqui para fazer o download.

domingo, 15 de outubro de 2006

"Nem Lula, nem Alckmin!" chega ao YouTube

Um excelente vídeo está no ar no YouTube, reforçando a campanha "Nem Lula, nem Alckmin!", assista:

sábado, 14 de outubro de 2006

Eta branco sujão!

O ano é 1984, ano em que a luta contra a última ditadura militar brasileira tomou a forma do movimento "Diretas Já!". A composição é de Gilberto Gil, e os cantores são o próprio Gil e Chico Buarque. A mão da limpeza é uma daquelas sacadas geniais em forma de música que Gil teve o prazer de parir. E o clipe é imperdível, com um Chico absolutamente sem ginga acompanhado o preto Gil. Muito bom!


A mão da limpeza

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Ricardo Antunes: "Vou anular meu voto".

O portal Agência Carta Maior publicou entrevista com o sociólogo Ricardo Antunes sobre o segundo turno. Carta Maior é claramente lulista e vem tentando cavar no PSOL posições conflituosas com a de HH e que permitam explorar o apoio a Lula. Empolgada com o seminário aonde arrancou de Plinio Arruda e de Chico Oliveira, ambos do PSOL, declarações que reforçam a possibilidade de apoio, resolveram entrevistar Antunes, mas o que ouviram destoou bastante do que possivelmente esperavam.

A seguir alguns trechos da entrevista:

Sobre se as candidatuas de Lula e Alckmin são idênticas.

"É evidente que as candidaturas de Lula e de Geraldo Alckmin não são idênticas, mas têm as arquiteturas de política econômica muito semelhantes, de ligação com os bancos, com o capital financeiro e com o grande capital industrial. Enquanto Alckmin é o candidato da direita com face tradicional, o governo Lula é uma expressão que vem das lutas sociais que acabou abraçando as propostas de fundo direitista. Com isso, Lula age para desarticular as lutas sociais. Fernando Henrique tentou por anos atacar a previdência pública e taxar os aposentados, mas não conseguiu, pois enfrentou a oposição dos movimentos sociais. O governo Lula mostrou-se extremamente "competente" para desestruturar as esquerdas brasileiras, que ficaram reduzidas a pedaços".

Sobre privatização.

"Fala-se que Lula não vai privatizar. Mas o que são as PPPs (Parcerias Público Privadas)? Esta foi uma criação feita nos anos 1980 pelo governo de Margareth Tatcher, na Inglaterra! O mais puro neoliberalismo. Lula não privatizou grandes empresas porque estas foram vendidas no governo FHC. Mas fez todas as reformas que FHC não conseguiu, tendo a privatização da previdência e taxação dos aposentados em primeiro lugar".

Sobre a relação com os movimentos sociais.

"Enquanto FHC e Alckmin buscam criminalizar o MST, coisa que Lula não poderia fazer, ele confunde os movimentos. Não fez nenhuma reforma que sequer arranhe a estrutura do agronegócio e da concentração secular de terras, mas deixa os movimentos de luta pela terra dependentes dos recursos de seu governo. Qual o projeto mais nefasto? O que o PT fez com a CUT foi converter a entidade em um apêndice do estado brasileiro, com vários ex-dirigentes ligados a fundos de pensão e à gestão dos fundos públicos e das estatais. Alckmin, por sua vez vai avançar em posições anti-populares muito claras. Mas penso que a mobilização social contra o governo Lula é muito mais difícil, pois teremos os núcleos dirigentes do PT, da CUT e da UNE contra possíveis mobilizações".

Para ler a íntegra clique aqui.

Leia o que já publicamos sobre o segundo turno aqui:

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

PFL versus ANTI-FHC

Essa primeira semana pós primero turno já deixou muito claro o tom da campanha até o próximo pleito em 29 de outubro. Saem os candidatos que concorreram ao primeiro turno, inclusive Alckmin e Lula, entram o PFL e o ANTI-FHC.

O canditato chuchu Alckmin está sem sombra de dúvida possuído pelas hordas demoníacas de Toninho Malvadeza. O debate da Band mostrou bem claro isso. Dava pra ver os olhos fumegando e o rabinho de capeta balançando. Adorou tripudiar do presidente e não teve o menor pudor em usar inclusive do viés fascitóide quando por exemplo exigiu de Lula austeridade na reação com a Bolívia ou na intolerância com o MLST.

Já Lula... que triste fim do "companheiro presidente". Desapareceu por completo. Deu lugar a uma nova figura do folclore brasileiro: o ANTI-FHC. É verdade... Em grande parte quem vem assumindo o voto no 13 no segundo turno, deixa claro que não está votando no Luiz Inácio, mas sim na derrota de FHC. Não é que se tenha esperança de um Brasil melhor com Lula presidente, se tem muito é medo de um país pior ainda com a volta de FHC encarnado em Alckmin.

Que triste fim do lulismo. De arautos da esperança, os lulistas tornaram-se meros chantagistas mercadores do medo. Falta só convidarem a Regina Duarte pra falar na TV do medo do retorno do sociólogo.

Nós, os trabalhadores, não temos tempo para o medo. Precisamos de muita coragem para reforçar a trincheira da luta contra as famigeradas contra-reformas neoliberais do PT/PSDB. E isso do ponto de vista eleitoral significa repudiar tanto a Lula como a Alckmin. Voto de coragem nesse segunto turno é VOTO NULO!

Leia o que já publicamos sobre o segundo turno aqui:

Você assistiu ao debate da Band?

Se não assistiu, pode fazê-lo acessando o MegaPlayer do portal Ig. Pra facilitar posto aqui os links diretos para os 5 blocos do debate.
No YouTube é possível assistir trechos do debate postados pelo canal teveaberta, que aliás também possui um blog de opinião e notícia sobre os programa da rede de tv aberta.

sábado, 7 de outubro de 2006

E se você achava que o PSOL já tinha se decidido sobre o que fazer no segundo turno...

E pra quem pensava que o episódio sobre a posição do PSOL sobre o segundo turno estava definitivamente encerrado, eis que a Agência Carta Maior traz a público a confusão nada interna do partido da companheira Heloisa Helena.

No artigo "Setores do PSOL cobram mais discussão" o portal afirma que "setores do partido, que nasceu de uma dissidência do PT, ainda podem vir a apoiar a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva nesse segundo turno". Os insatisfeitos com o que Carta Maior chamou de "posicionamento virtual pelo voto nulo" seriam em especial o candidato ao governo do estado de São Paulo, Plínio Arruda Sampaio, e o deputado federal reeleito pelo Rio de Janeiro, Chico Alencar.

Plínio teria afirmado que "'existem vários setores do PSOL pelo Brasil' que gostariam de discutir melhor a possibilidade de apoiar Lula no segundo turno", enquanto Chico Alencar tem marcada uma "plenária no dia 11 de outubro, na qual pretende reunir assessores, simpatizantes e eleitores para decidir 'o que faremos da vida, inclusive no segundo turno'" (ver portal do deputado).

O Carta Maior ainda relata que:
  1. "No Nordeste, fatores como a vitória do petista Jaques Wagner na Bahia ou a proximidade com a administração de Luiziane Lins em Fortaleza devem fazer o PSOL tender para o apoio a Lula"
  2. "Em São Paulo, parte do PSOL deve optar pelo apoio a Lula. Setores do grupo pertencente à APS (Ação Popular Socialista, antiga tendência interna do PT) devem seguir o mesmo caminho".
Com certeza os próximos dias serão fundamentais para que se defina o PSOL que está nascendo das urnas.

Leia o que já publicamos sobre o segundo turno aqui:

Até onde vai o seu preconceito?

Ainda sobre os videos da Anistia Internacional, esse sobre o preconceito racial em Portugal merece um prêmio.


Até onde vai o seu preconceito?

Stop violence against woman

Via de regra não tolero organizações não governamentais, mas os vídeos da Anistia Internacional normalmente me chamam a atenção. A seguir seguem alguns postados no YouTube sobre a violência contra a mulher.

Fight Club

Stop domestic violence

Stop domestic violence

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

É greve...

As charges do rico são definitivamente impagáveis. É preciso dizer mais?

Não dá pra vacilar: NULO NELES!

Após a confusão inicial do PSOL, com direito à terrível declaração de Plínio Arruda Sampaio, e da não menos terrível notícia sobre a neutralidade no segundo turno, a executiva nacional do partido reuniu-se e votou sua posição oficial sobre o segundo turno.

Corretamente os companheiros do PSOL deliberaram "por não indicar o voto nem em Lula e nem em Alckmin" pois ambas "as candidaturas que disputam o segundo turno defendem políticas econômicas neoliberais e reformas que continuarão a retirar direitos dos trabalhadores, de servidores públicos e de aposentados brasileiros, e que no campo da ética, ambos os partidos e coligações representados por Lula e Alckmin, tem dirigentes e parlamentares envolvidos com práticas de corrupção, roubo, tráfico de influência em governos, fraudes em licitações e outros delitos contra o patrimônio e a administração pública".

Mas como que por vocação pela confusão o PSOL ao mesmo tempo que chama "o povo brasileiro a não confiar em nenhum deles e a se preparar para resistir e combater às políticas que qualquer um deles irá tentar implementar ganhando as eleições" também declara que seus "eleitores têm o direito de escolher como votar" e que seus "filiados, na urna, têm o direito de fazer o que quiserem".

Escondido pode, publicamente não. Minha nossa!

Se é preciso o chamado a preparar-se a resistir e a combater os próximos governos, por que não o chamado para a resisitência também no segundo turno?

Se o PSOL tem a clareza de que não é possível indicar voto nem em Lula, nem em Alckmin, por que não afirmar logo e com todas as letras o chamado ao voto nulo?

É justo por todas as razões elencadas pelo PSOL que não é possível vacilar. É preciso clareza: É nulo neles.

Leia:

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

NULO NELES!


As candidaturas da Frente de Esquerda foram uma real alternativa a falsa polarização entre o PT e o PSDB. Mais de seis milhões de brasileiros entenderam o recado e não se renderam às duas candidaturas da burguesia nacional. No segundo turno, estamos aparentemente sem saída os que votamos em HH pra presidente. Mas as aparências enganam.

Votamos na Frente de Esquerda não acreditando que poderíamos chegar à presidência da república e aos governos dos estados. Não nos iludimos com a possibilidade que tomaríamos o senado federal ou as câmaras de deputados. Votamos para fortalecer a trincheira dos que lutam contra as reformas da previdência, universitária, trabalhista e sindical. Votamos pelo não pagamento das dívidas externa e interna. Votamos pela reestatização das empresas privatizadas. As razões de nosso voto estão expressas no Manifesto da Frente.

Aos que votamos na Frente de Esquerda não há alternativa nem em Alckmin, nem em Lula. O voto nulo é a alternativa real para os lutadores brasileiros. Não há meio termo, nem pode haver vacilações. Mais do que votar é preciso chamar a todos os brasileiros a seguir nosso voto. É o que resta de liberdade dos que tarbalham que está em jogo. Aos que se apresentaram como alternativa, tal como a Frente de Esquerda fez nas eleições, não cabe agir como expectadores esperando que cada um vote de acordo com sua consciência. É preciso disputar a consciência.

Nem Lula, nem Alckmin. NULO NELES!!!

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Essa tal neutralidade

A burguesia nos armou uma sinuca de bico nesse segundo turno. As próximas eleições nos oferecem o seguinte dilema: perder a mão direita ou a esquerda. Qual sua opção? Tanto fez como tanto faz? Perder a mão é ruim de qualquer jeito, mas como não tenho opção não quero nem ver? Pois é exatamente isso que faz a opção pela neutralidade. Não estaremos escolhendo os sabores de um sorvete ou a cor de uma camisa, mas quem será o carrasco que irá decepar nossos direitos trabalhistas e os restos de direitos previdenciários que nos sobraram. Tanto Lula como Alckmin estão pelas famigeradas reformas sindical, trabalhista e previdenciária, e pretendem fazer isso ainda em 2007, pois 2008 já é novo ano eleitoral e não se tira direitos em ano de eleição. Pega mal.

Diante da arapuca eleitoral, o que faz Heloisa Helena e o PSOL? Com um discurso pseudo-democrático libera o samba do crioulo louco. Cada um conforme sua consciência. Para manter a unidade não programática de seu partido, o que os "socialistas" indicam aos 6.575.393 de seus eleitores é "tanto fez como tanto faz, fechem os olhos".

Honestamente até a terrível posição de Plínio Arruda Sampaio, candidato ao governo de São Paulo pela Frente de Esquerda (PSOL-PSTU-PCB) é menos nefasta. Plínio diz "Nós poderemos conversar com o Lula porque ele tem uma história popular" afirmando que "segundo turno é um voto para o mal menor". Terrível, mas ao menos Plínio coloca condições para tanto: "pede a garantia de que não haverá reformas trabalhista, sindical ou previdenciária. Além disso, quer a garantia de que não haverá privatizações da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, além de exigir que não seja dada autonomia ao Banco Central".

Ao menos se fosse essa a posição teríamos Lula recusando o apoio ou mentindo descaradamente para mais adiante atacar vorazmente os direitos da classe trabalhadora brasileira em defesa de seus amigos banqueiros e empresários. Não que mentir seja problema para o companheiro presidente.

Mas mesmo com exigências Plínio também está errado. É preciso chamar a todos a não depositar nenhuma confiança nos carrascos. Não existe mal menor. NEM LULA, NEM ALCKMIN, NULO NELES! Qualquer posição diferente disso é ajudar a afiar a guilhotina do inimigo.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

O Sol que nasce das urnas


2006 é o ano do PSOL. O ano de sua grande ascenção e projeção nacional, lançando Heloisa Helena presidente por uma Frente de Esquerda, e a depender de como se darão os embates pós eleições o ano de seu grande declínio. Fundado em 2004, o PSOL traz desde seu nascedouro o projeto eleitoral como sua grande estratégia. A legenda não conseguiu fechar um programa comum nem naquele ano nem ainda hoje, mas desde o primeiro momento já sinalizava com a candidatura de Heloisa.

Tendo apostado fundo em sua viabilidade nas urnas o PSOL agora prova o gosto amargo de não atingir a cláusula de barreira. Cai de 7 cadeiras no congresso nacional para somente 3. E como seu único propósito comum não foi atingido, muitas desavenças guardadas nos últimos dois anos, e em especial neste, podem aflorar. Prova disso é a posição do PSOL para o segundo turno: como não conseguem garantir a unidade adotam a vergonhosa e inadmissível "neutralidade". Como para bom entendedor pingo é letra: Lula agradece.

Até onde o PSOL seguirá sendo essa coisa amorfa que nem serve para disputar eleições nem para mobilizar? A luta de classes dirá.